De dona de casa, Valdinete Pizzarini, 50, optou por abrir o próprio negócio e atuar em um novo universo. Há dois anos, deixou o lar e a vida tranquila para abrir as portas do restaurante “Comida Caseira – Mari & Nette”, no Jardim Madrid (região sul) de Maringá. No início, tinha sociedade com a irmã, Marinei Pezzarini. Hoje assumiu a responsabilidade sozinha, atende clientes, administra, limpa o espaço, cozinha e até o marido ajuda, mas apenas na hora de entregar as marmitas.
O restaurante da Valdinete, no Jardim Madrid (Foto: Raphaela Kimberly)
Valdinete Pezzarini preparando as marmitas (Foto: Raphaela Kimberly)
Entre as dificuldades de abrir um negócio, ela encontrou a sociedade como obstáculo. “Tenho mais serviço, mas psicologicamente estou mais tranquila para trabalhar. Posso tomar minhas próprias decisões sem precisar consultar.”
O empreendedorismo feminino tem crescido nas últimas décadas, e as brasileiras estão entre as mais empreendedoras do mundo. A última pesquisa do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), divulgada no ano passado, mostra que as mulheres representam praticamente a metade dos novos empreendedores brasileiros, o equivalente a 49,6%.
Veridiana Duarte, 39, analista de sistemas e professora na área de empreendedorismo, diz que a cada ano aumenta a inserção das mulheres no mercado de trabalho, ocupando cada vez mais cargos que até então eram exclusivos pelos homens.
Valdinete Pizzarini conta que não tinha experiência nenhuma em administração quando resolveu abrir o restaurante e precisou da ajuda do Sebrae. De acordo com a pesquisa nacional a entidade é a mais procurada para auxiliar os novos empreendedores. “Eles me ofereceram diversos cursos, mas por falta tempo acabei não fazendo todos” diz.
Pesquisa do Santander aponta que 70% da carteira de clientes de microcréditos do Banco no Brasil é formada por mulheres empreendedoras. O desembolso para incentivar essa prática foi de R$ 485 milhões em 2013.