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A afobação em publicar atrapalha a veracidade

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Reprodução

Uol publica sua nota de esclarecimento, após o erro

A apuração dos acontecimentos e publicação correta da informação deve ser um compromisso fundamental do jornalista, afinal, a matéria-prima é a verdade dos fatos. Mas não é isso o que está acontecendo nos meios de comunicação, já que na intenção de publicar o furo da notícia, o jornalista se esquece de algo que é tão fundamental quanto apurar: checar.

Foi o que aconteceu no último dia 8 de outubro, quando o portal UOL Esporte publicou uma reportagem equivocada sobre a melhora do estado de saúde do piloto alemão Michael Schumacher. Segundo informações do portal, ele poderia ter uma vida relativamente normal dentro de pouco tempo, mas, infelizmente, a afirmação não era verdadeira.

A confusão toda começou a partir de uma tradução mal feita, do francês para o alemão – obra de uma agência de notícias alemã- , de declarações de Jean Todt, ex-chefe da equipe Ferrari e atual presidente da FIA. O erro, foi replicado pelo mundo, nos principais sites de notícias, e chegou ao Brasil.

De acordo com o Manual da Redação da Folha de S. Paulo, para obter informações exclusivas, o jornalista deve estar atento aos fatos. Informar-se, ler variados tipos de publicações e, sobretudo cultivar fontes. No entanto, as informações precisam ser apuradas e confirmadas.

A internet acabou se tornando uma estratégia de urgência para muitos jornalistas, na busca de informações e fontes rápidas. No entanto, para outros, se tornou uma fonte primária, ou seja, quando se deparam com a falta de tempo, acabam utilizando a informação sem confirmar.

Ora, no exemplo citado acima, que caberia à mídia alemã checar com alguém próximo ao piloto, se realmente a informação procedia, antes de veicular. Por uma razão simples: por mais que a declaração de Jean Todt correspondesse à expectativa que o mundo tem de que Schumacher se recupere do terrível acidente que sofreu, não dá para ignorar que o ex-chefe da Ferrari entende de automobilismo e não de medicina. A não percepção desse “detalhe” é que induziu o mundo a replicar o erro.

O jornalista conta com a rapidez para informar as pessoas, e com isso as questões éticas vêm sendo deixadas de lado, principalmente por termos a disposição cada dia mais recursos tecnológicos avançados.  O que separa o ruim (informação errada) do bom (informação rápida) é o comportamento ético dos produtores das notícias.

Ainda de acordo com o Manual, tão importante quanto á obtenção da informação exclusiva é a capacidade de o jornalista oferecer ao leitor a cobertura mais completa, precisa e original dos fatos. A velocidade não é um fator totalmente negativo, visto que facilita muito o cotidiano, principalmente no jornalismo. Entretanto é preciso associá-la á apuração correta.


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